A
palavra Nação é usada no Candomblé para distinguir seus segmentos,
diferenciados pelo dialeto utilizado nos rituais, o toque dos atabaques, a
liturgia. A Nação também indica a procedência dos escravos que lhe deram origem
na nova terra e das divindades por eles cultuadas.
As Civilizações Sudanesas, por exemplo, são representadas pelo grupo Yorubá,
também conhecido como Nagô por sua vez representado pelas Nações (a região
sudanesa histórica não corresponde aos estados modernos do Sudão e Sudão do
Sul):
Ketu
Efan
Ijexá
Nagô
Egbá
Batuque
do Rio Grande do Sul
Xambá
de Pernambuco
O
grupo dos Daomeanos é representado pelas Nações Jeje:
Fon
Éwé
Mina
Fanti
Ashanti
e
outros menores como Krumans, Agni, Nzema, Timini.
As
Civilizações Islamizadas são representadas por Fulas (peuhls), Mandingas, Haúça
e em menor número, Tapa, Bornu, Gurunsi ou Grunci.
As
Civilizações Bantos do grupo angola-congolês são representadas pelos Ambundos
de Angola (cassanges, bangalas, in-bangalas, dembos), os congos ou cabindas do
estuário do Zaira e os Benguela com diversas tribos escravizadas.
As
civilizações bantu da Contra-Costa são representadas pelos moçambiques (macuas
e angicos), tendo sido o grupo Bantu reduzido às nações:
Candomblé
Bantu
Angola
Congo
Cabinda
No
começo do período escravagista, todos os escravos vindos da África eram
chamados de Negros da Guiné. Na altura, a região da Guiné se estendia do
Senegal ao Gabão.
A
escravidão dividiu as sociedades africanas em todos os sentidos. O africano,
com o fim das linhagens, dos clãs, das aldeias, da realeza, se apegou ainda
mais aos seus deuses e ritos, uma vez que foi a única coisa que restou de suas
regiões de origem.
Guardiões
da cultura oral, os escravos guardaram em sua memória os movimentos de dança,
os toques dos atabaques, a comida ritual, as rezas e cânticos, na nova terra
chamados de Cantigas no candomblé e pontos cantados na Umbanda.
O
silêncio, o segredo (calundus) e o isolamento armado em quilombos e mocambos
são formas de resistência e esperança de reconstituir na nova terra seus ritos,
costumes e hierarquia.
A
resistência dos negros ao regime de subordinação ou exploração do qual foram
vítimas encontram portas abertas na religião, nos quilombos, confrarias e
santidades, locais de reuniões assim chamados antes de receberem o nome de
candomblés que também foram usados como esconderijo.
Fonte:
Wikipedia Nação Candomblé
Bibliografia:
BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. São Paulo: Edusp, 1971
Nenhum comentário:
Postar um comentário