Trono:
Trono Feminino da Geração e da Vida
Linha:
Geração
Fatores:
Criativo (Fator puro) e Geracionista ou Gerador (Fator misto).
Essência:
Aquática
Cor:
Branco cristalino, prata ou azul claro.
Em
algumas Casas: Branco, azul claro. Também verde claro e rosa claro.
Características:
Maternal, protetora, competente, dedicada, mandona, possessiva, Intrigante,
controladora.
Instrumentos:
Abebé (leque prateado, em forma circular, que pode trazer um espelho no
centro); adê (coroa ou diadema); braceletes e pulseiras.
Fio
de Contas: Contas e Miçangas de cristal. Firmas cristal.
Também
podem ser feitos de pequenas pedras de Água Marinha.
Ervas:
1-
Fonte: Adriano Camargo:
Ervas
agressivas ou quentes de Yemanjá: Erva de bicho, buchinha do norte, alho.
Verbos atuantes nas ervas quentes: invadir, transbordar, corroer, derramar.
Ervas
equilibradoras ou mornas: Alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila,
manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu
(casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz. Verbos atuantes nas
ervas mornas: gerar, fluir, sustentar, avolumar.
2 -
Mais ervas de uso comum: As pétalas de flores brancas e azuis clarinhas em
geral; abebê; aguapé; alcaparreira (ou galeata); alga marinha; alteia (ou
malvarisco); anis estrelado; araçá da praia (ou araticum do brejo, ou maçã de
cobra); azaléia; boldo; camélia; cavalinha (ou milho de cobra); coco de iri;
colônia (ou cardamono); condessa; embaúba; erva cidreira; erva de Santa Luzia;
flor de laranjeira; folha de leite; fruta da condessa; gardênia; gerânio;
golfo; graviola; guariroba; guabiraba (ou guabiroba); hortelã; hortênsia; íris;
jasmim; jarrinha; jequitibá rosa; lágrimas de Nossa Senhora; levante; lótus;
mãe boa; macela; malva; malva branca; marianinha (ou trapoeraba azul); musgo
marinho; nenúfar; olhos de Santa Luzia (ou trapoeraba branca); oriri; pata de
vaca; rama de leite; papoula; plantas aquáticas; trevo; unha de vaca;
valeriana; violeta.
Oferendas:
1 - Comidas
rituais: Canjica branca, peixe de água salgada, arroz-doce com mel, camarão,
acaçá, pudim, manjar branco com calda de ameixa ou de pêssego, sagu com leite
de coco, cocada branca, bolo de arroz, ebôya e vários tipos de furá.
(Observação: *Ebôya, eboia ou fava de Yemanjá- Comida ritual do Candomblé,
feita com fava cozida refogada com cebola, camarão, azeite de dendê ou azeite
doce. Pode ser feita com o milho branco na falta da fava, então recebendo o
nome de Dibô. É oferecida especificamente a Yemanjá. *Furá- Comida votiva ou
ritual, no Candomblé. São bolinhos ou bolas feitos de arroz, ou inhame, ou
farinha de mandioca, ou farinha de milho.)
2 - Frutas:
Mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, maçã verde, pêra, coco verde,
coco seco, caqui, ameixa clara, uva-passa branca, pêssego, goiaba, melão, uvas dedo de dama (uva Juliana), laranjas
doces, as frutas suaves em geral, nabo, pepino.
3 - Bebidas:
Água de coco, mel, água salgada ou potável, o champanhe claro e os sucos de
suas próprias ervas e frutos.
4 - Flores:
Rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
Símbolo:
Lua minguante, ondas, peixes.
Pontos
da Natureza: Mar
Flores:
Rosas e palmas brancas, flor de laranjeira, hibisco, angélicas, orquídeas,
crisântemos brancos, hortênsia, azaléia, gerânio, papoula, nenúfar (a flor da
planta aquática de mesmo nome, também conhecida como lótus branco).
Essências:
Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
Pedras:
Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa, Diamante,
Madrepérola, Zircão, Quartzo Azul, Topázio Azul e pedras azuis em geral. Dia
indicado para consagrar: domingo. Hora indicada: 10 horas.
Minérios:
Platina. Dia indicado para a consagração: sábado. Hora indicada: 12 horas.
Metal:
Prata, Cobalto e Chumbo.
Observação:
A maior parte da Prata é um subproduto da mineração de Chumbo e está
frequentemente associada ao Cobre. Dentre os metais, é a que mais conduz
corrente elétrica, superando o Cobre e o Ouro.
Saúde:
1 - Psiquismo
e Sistema Nervoso - quadros ligados às emoções, que sempre são relacionadas ao
elemento água e às influências da Lua e de Netuno, planetas associados ao Orixá
Yemanjá.
2 - Porque
Yemanjá é a Regente do Sentido da Geração e da Vida, ligado ao Chakra Básico,
também estão envolvidos a coluna vertebral, os rins, o aparelho reprodutor e os
membros inferiores e alguns músculos.
As
musculaturas que podem ser atingidas por um bloqueio nessa região são: glúteos,
diafragma pélvico, músculos internos da barriga e da região lombar (abdominais,
lombares, lombo sacrais e glúteos médios).
Pessoas
com estes bloqueios podem apresentar hemorróidas, dores lombares, tensão nas
pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais e dificuldades sexuais.
Planeta:
Lua e Netuno.
Dia
da Semana:
Na
Umbanda, os dias da semana consagrados a Yemanjá são a 2ª feira (regência da
Lua) e a 6ª feira (dia de Vênus e de Netuno; sendo que o planeta Netuno, “o
deus dos mares”, está diretamente associado a Yemanjá e à Linha dos
Marinheiros).
No
Culto de Nação e no Candomblé, no geral, Yemanjá tem como dia da semana o
sábado. Alguns lhe dedicam a 6ª feira.
Elemento:
Seu 1º Elemento de atuação é a Água e o 2º elemento é o Cristal.
Chakra:
Básico (ligado ao Sentido da Geração).
O
chakra Básico (ou Raiz) fica na base da coluna vertebral, logo acima dos órgãos
reprodutores. Dá sustentação aos demais chakras. Posição vertical, ele se abre
para baixo, formando um eixo magnético com o chakra da Coroa.
Abrange:
Alimentação, equilíbrio, saúde e finanças. Pode solucionar grande parte dos
problemas comuns no ser humano.
Importância
deste chakra: Ligado às glândulas supra-renais, é o responsável pela absorção
da Kundalini (energia da terra) e pelo estímulo direto da energia no corpo e na
circulação do sangue. Está muito ligado às sensações físicas e diretamente
relacionado com os membros inferiores e os instintos físicos. Atua na irrigação
dos órgãos sexuais.
Por
meio dele é que entram as energias que nos conectam com a terra e com o mundo
exterior. Ligação com a terra, com o
bem-estar físico, com o instinto de sobrevivência, com a vitalidade e com a
sexualidade.
Está
diretamente ligado à vontade: ele nos dá motivação e energia para agir, fazer,
realizar, ganhar nosso sustento, enfrentar obstáculos etc.
Na
época atual, encontra-se passivo, na maioria dos indivíduos, pois só entra em
atividade por um ato de vontade dirigida e controlada pelo iniciado. Por que
isso? Porque o chakra Básico responde ao aspecto vontade.
Da
mesma forma que o princípio “vida” está situado no coração, o princípio da
“vontade” está situado no chakra Básico, na base da coluna.
Seu
principal aspecto é a inocência, qualidade pela qual experimentamos a alegria
pura, infantil, sem as limitações do preconceito e dos condicionamentos, e que
nos dá dignidade, equilíbrio e um enorme senso de direção e propósito na vida.
É apenas simplicidade, pureza e alegria.
No
chakra Básico se unem matéria e espírito e a Vida se relaciona com a
forma. É o chakra onde a "serpente
de Deus" (Energia Divina) experimenta duas transformações:
1 - A “serpente
da matéria” permanece enrolada sobre si mesma, e se transforma na "serpente
da sabedoria" quando despertamos nossa consciência de filhos de Deus;
2 - A
“serpente da sabedoria” sobe ao longo da coluna, até chegar ao topo da cabeça,
no chakra da Coroa, e então se converte no "dragão de luz vivente",
quando passamos a viver conectados com a Luz.
Essas
etapas são nutridas pela Energia que flui através da coluna vertebral, por
intermédio do cordão vertical (eixo magnético) que se forma do chakra Coronário
ao chakra Básico.
Esta
é uma representação da energia kundalini, uma Energia Divina que vem da Terra,
que é básica para a nossa existência, e que desperta quando tomamos consciência
de que somos espíritos imortais vivendo importantes experiências na carne. Ao
tomarmos consciência da nossa origem Divina, a kundalini desperta e nos traz o
prazer de viver, gratidão pela Vida etc. Então ela sobe pela coluna vertebral,
até chegar ao chakra da Coroa, onde se encontra com as Energias que vêm do Alto
(“as Energias do espírito”).
Cor
de vibração do chakra Básico: vermelho.
Desequilíbrios
neste chakra podem ser tratados com o uso de velas e demais elementos ligados a
Yemanjá, a Divina Regente deste nosso centro de forças.
Saudação:
Odô iyá, Odô Fiaba, Odôyabá! Odoyá Omi Ô! Odô cyaba!
Bebida:
Champanhe branco, água mineral, calda de ameixa, calda de pêssego, “água de
arroz” (deixar o arroz de molho em água mineral e depois utilizar essa água),
água do cozimento da canjica.
Animais:
Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca.
Número:
Na Umbanda, Yemanjá é associada ao número 08.
Data
Comemorativa:
Em
algumas Casas: 02 de fevereiro, sincretizada com Nossa Senhora das Candeias (ou
da Luz) ou com Nossa Senhora dos Navegantes;
Em
outras: 08 de dezembro, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição.
Quando
sincretizada com Nossa Senhora da Glória, é festejada em 15 de agosto, data em
que a Igreja Católica festeja a Ascensão ou Assunção (subida aos céus) da
Virgem Maria.
Sincretismo:
Nossa
Senhora das Candeias (ou da Luz); Nossa Senhora da Conceição dos Navegantes;
Nossa Senhora da Glória (nome que se dá à Virgem Maria pela sua Ascensão ou
Assunção aos Céus; sendo que Maria é a Mãe, dentro da liturgia Católica).
Incompatibilidades:
No Culto de Nação e no Candomblé, observam-se algumas proibições (euós ou
quizilas) em relação ao Orixá Yemanjá: quiabo, feijão, peixe de pele; ataré
(pimenta da costa). Para algumas Qualidades de Yemanjá, o dendê também é uma
proibição. Tais elementos não podem ser a Ela ofertados.
Seus
filhos e filhas de santo não podem consumir esses e também os seguintes
alimentos:
1- de
origem animal: a cabeça da galinha de angola; arraia; camarão vermelho;
caranguejo; lula; peixes de pele; peixes vermelhos; sangue de animais;
2- de
origem vegetal: inhame; uva branca; tangerina; banana-figo (muito parecida com
a banana da terra, porém menor e com um teor de açúcar mais baixo); carambola;
abóbora.
FONTE: “Culto aos Orixás, Voduns e Ancestrais nas Religiões
Afro-brasileiras”, org. Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Editora Pallas,
2004, páginas 48 e 190/193.
Qualidades:
Teoricamente,
haveria 16 Qualidades de Yemanjá, mas o número geralmente encontrado é
superior: Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté, Assabá, Assessu (ou Sessu ou
Iyasessu), Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê,
Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.
Na
Bahia e em Cuba se diz que há uma Yemanjá, filha de Olokun, à qual se chega por
sete caminhos. Daí falar-se em sete Yemanjás; sendo que cada nome diz respeito
ao ponto da natureza onde a Divindade se encontra.
Segundo
Lydia Cabrera, Antropóloga e Poeta cubana que viveu de 20 de maio de 1899 a 19
de setembro de 1991 e que é considerada uma autoridade em cultura afro-cubana,
os sete nomes, sete caminhos ou sete Qualidades de Yemanjá e suas
características são estas:
Iemowô - que na África é a mulher de Oxalá;
Iamassê - mãe de Xangô;
Euá
(ou Yewá) - Rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn;
Olossá - a lagoa na qual deságua o rio Ògùn;
Yogunté
ou Ogunté - casada com Ogun Alagbedé. É uma amazona terrível; traz na cintura o
facão e os outros instrumentos de ferro de Ogun. Adora carneiro e não tolera
pato;
Assabá -
Está sempre fiando algodão. Tem um olhar insustentável; é muito orgulhosa, e somente
escuta dando as costas ou ficando ligeiramente de perfil. Usa uma corrente de
prata amarrada no tornozelo. Foi mulher de Orumilá, que aceitava seus conselhos
com respeito;
Assessú -
É voluntariosa, muito séria e respeitável. Vive em águas agitadas. Gosta de
comer pato. Muito lenta ao escutar os pedidos dos fiéis, esquece-os; e se põe a
contar as penas do pato que lhe deram como oferenda. Quando se engana no
cálculo, ela recomeça, e a operação se prolonga indefinidamente.