sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DE OXALÁ

Oxalá na África e no Candomblé do Brasil

Orixalá (“O Orixá dos Orixás”) acabou se popularizando como Oxalá e é considerado o Orixá mais importante do panteão africano. Não possui mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas é respeitado por todos, pois representa o patriarca, o chefe da família.
Oxalá é o detentor do poder procriador masculino.
É alheio a todo o tipo de violência, de disputas e brigas. Gosta de ordem, da limpeza e da pureza.
Todas as suas representações incluem o branco, que é a sua cor.
Pertencem a Oxalá os metais e outras substâncias brancas.
Seu dia é a sexta-feira. E os seus filhos devem vestir-se de branco neste dia.
Oxalá representa o elemento fundamental dos primórdios: massa de ar e massa de água, a pró-forma e a formação de todo tipo de criaturas no Aiyê (a Terra) e no Orun (o Céu).
Ao incorporar-se, assume duas formas: Oxaguiã, jovem guerreiro, e Oxalufã, o velho apoiado num bastão de prata (apoxorô ou ôpá xôrô).
Na África, todos os Orixás relacionados com a Criação são designados pelo nome genérico de Orixá Funfun. O mais importante deles chama-se Orixalá (ou seja, o Grande Orixá), que
nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, “o Rei do Pano Branco”.
O nome Orixalá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e foi com este nome que a grande Divindade-Pai passou a ser conhecida.
A designação de “Funfun” deve-se ao fato de a cor branca se configurar como a cor da Criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação.
Eram 154, aproximadamente, os Orixás Funfuns. Mas no Brasil e em Portugal esse número se reduziu significativamente, pois todos os Orixás Funfuns foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Oxalufã e Oxaguiã. Oxalufã, o Oxalá mais velho e paciente, é o pai de Oxaguiã que, por sua vez, é o Oxalá jovem e guerreiro.
No Xirê (festa em homenagem aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade. Ele é o único Orixá que, como Exu, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos.
No Candomblé, apresenta-se também de duas maneiras: o Moço, Oxaguiam; e o Velho, Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada); e o do segundo é uma espécie      de
cajado em metal, chamado ôpá xôrô (opaxorô, na forma aportuguesada).
Em suas diversas mutações, temos: ►na Nação Ketu: Oxanguian, Oxalufá, Obatalá e Oduduwá; ►na Nação Angola: Lemba, Lembarangaga e Guaratinhanha. Em todas elas é o Senhor da Vida, também chamado "Senhor da boa argila", devido a uma antiga lenda na qual Oxalá usava este material para criar os seres humanos.
Na África, é Òrìsànlá ou Obàtálá (Obá N´ti alá), "O Grande Orixá”, "O Rei do Pano Branco”.
Na mitologia Yorubá, é o criador do mundo, dos homens, animais e plantas. Foi o primeiro Orixá criado por Olodumare e é considerado o maior, o mais velho dos Orixás, o Rei de vestes brancas, raiz de todos os outros Orixás. É o pai de Oxalufam (que, por sua vez, é o pai de Oxaguiam).
Na África e no Candomblé do Brasil, Oxalá representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo; controla a formação de novos seres; é o Senhor dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o responsável pelos defeitos físicos, e é corcunda porque recusou-se a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Exu castigou-o, pregando-lhe a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal: comer sal para ele constitui um ato de alto canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala, durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.
Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá", que diz respeito à lenda dos sete anos do seu encarceramento no reino de Oyó, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição, delegada por Olorun, da criação e governo da humanidade.
Sua saudação mais frequente é: Êpa Babá!
Seus domínios são o poder procriador masculino, a Criação, a vida e a morte (como fim pacífico de todos os seres).
Seu cajado, o opaxorô, tradicionalmente era feito dos galhos de atori (planta cujo nome científico é “Glyphaea lateriflora abraham”). Este cajado simboliza a criação do mundo e  do ser humano, bem como a sabedoria dos anciãos; servindo de apoio para locomoção do Orixá que é o mais velho de todos e considerado “o pai da criação”.
FONTE E CRÉDITO: http://seteporteiras.org.br/

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